terça-feira, 9 de março de 2010

Vida be Bairro

Vestígios que soletram pela
janela baixa,
Procurando espaços
Pelas entranhas do velho lar
Enquanto grita, histérica,
Uma matrona na casa ao lado.

Vida de bairro.
Amena vida de bairro.

Menininhas em portões
Despenteiam as madeixas
De bonecas rabiscadas,
Enquanto rapazes travessos
Deslizam em suas magrezas
Como bravos em alazões.

Vida de bairro.
Amena vida de bairro.

A fumaça escura
Que sai do churrasco alheio
Parece achar o rumo certo,
Pulando muros, dobrando esquinas,
Até entrar em ocas.
È o sinal do domingo.

Vida de bairro.
Amena vida de bairro.

E lá pelas dezoito,
Algumas damas, não mais que oito,
Saem de dentro da igrejinha,
Proferindo boas-noites
Para toda a gente de bairro.
É quase fim de dia.

Vida de bairro.
Amena vida de bairro.

E que não se esqueçam dos cachorros,
Esses amáveis mascotes de bairro;
Nem dos rapazes e das moças feitas,
Esses que tanto se amam.
O resto é sombra,
Ideias que abulam em ruas de bairro.

Vida amena.
Bairros amenos.
Amenas vidas de bairro.

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